O presidente em exercício, Michel Temer, sancionou nesta
terça-feira, 12, a lei que obriga novos condomínios a terem medição
individual de água. Além de incentivar economia no consumo, o objetivo é que os
condôminos paguem um valor mais justo na taxa de água, pois o hidrômetro
permite discriminar o consumo de cada apartamento, dividindo só o consumo de
áreas comuns.
A sanção da Lei 13.312 foi publicada nesta terça, em edição extra
do Diário Oficial da
União (DOU).
Ela altera a Lei 11.445, de 2007, que estabelece diretrizes nacionais para o
saneamento básico. “As novas edificações condominiais adotarão padrões de
sustentabilidade ambiental que incluam, entre outros procedimentos, a medição
individualizada do consumo hídrico por unidade imobiliária”, diz o texto. A lei
só entra em vigor cinco anos após a publicação e não atinge condomínios
construídos antes dela.
Para o
presidente do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), Flavio Amary, a
legislação é “positiva” e representa “um avanço”. “Os medidores individuais
trazem redução de água e garante mais justiça. Aquela pessoa que mora sozinha
deixa de pagar a mesma conta de uma família com quatro ou cinco pessoas”,
afirma.
Segundo
Amary, a instalação de hidrômetros individuais também traz benefícios para o
imóvel. “O equipamento ajuda, por exemplo, a identificar quando há algum
vazamento”, diz. “É muito comum os empreendimentos de hoje optarem por essa
medição, porque agrega valor ao imóvel, ao reduzir o custo do condomínio.” De
acordo com ele, a diminuição do gasto de água também é acompanhada, na maioria
dos casos, por queda no consumo de energia e de gás.
O presidente
do Secovi-SP afirma que os medidores individuais não representam “impacto tão
significativo” na construção de novos condomínios. A ressalva caberia a
construções mais velhas, que, no entanto, não são atingidas pela mudança. “Os
prédios mais antigos poderiam ter algumas dificuldades técnicas. Dependendo da
construção, o custo não é justificado pela economia”, diz.
Melhor opção. Na opinião do advogado Otavio Vargas Valentim,
de 44 anos, subsíndico de um prédio na Aclimação, zona sul da capital paulista,
o medidor individual é “a melhor opção” para os condomínios. O edifício onde
mora tem um apartamento por andar e, segundo Valentim, os relatórios do
condomínio apontam que as contas de água variam entre R$ 100 e R$ 400. “É mais
justo, cada um paga pelo que usa”, diz.
Para o
subsíndico, medidores coletivos podem incentivar desperdício de água. “Paga-se
o mesmo valor por um banho de cinco minutos ou de uma hora, então as pessoas
acabam abusando”, afirma.
No edifício,
uma empresa é contratada para fazer a leitura mensal dos hidrômetros. Água de
poço artesiano também é usada para lavar a maior parte das áreas comuns do
prédio. “Aqui, a inadimplência é zero”, diz. “Mas essa não é a realidade de
todos os condomínios, especialmente os maiores.”
O advogado
lembra, ainda, que o condomínio não pode “intervir diretamente na família”,
caso detecte consumo fora da média. “Importante é trabalhar a conscientização
para mudança de hábito.”
Fonte: publicado em 12/07/2016 pelo Felipe Resk “O Estado de
S.Paulo”.
http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-que-obriga-medicao-individual-de-agua-em-condominios,10000062529
Nenhum comentário:
Postar um comentário